quarta-feira, 2 de novembro de 2016

“Guarda a tua língua do mal"




É engraçado. Toda vez que uma pessoa diz “nem te conto...”, está justamente avisando que, muito ao contrário, ela vai rasgar o verbo e contar pra você, em ricos detalhes, uma história incrível sobre alguém. É o tipo de frase que sempre vem acompanhada de um sorrisinho malicioso, sobrancelhas dramaticamente levantadas ou, quem sabe, um tom de voz mais baixo anunciando um segredo, que é claro, vai tornar o enredo ainda melhor. E então o que você faz? Banca a pessoa socialmente correta e diz que não se interessa pela vida dos outros? Claro que não! Aí é que você se ajeita melhor e apura os ouvidos para não perder uma vírgula. Pronto, está formada a rede da fofoca. Rede, sim, em pelo menos dois sentidos, pois o disse-que-disse não só flui naturalmente de boca em boca como, muitas vezes pode se transformar numa armadilha perigosa, ou seja, trata-se de uma arma poderosa que pode ser deliberadamente usada para favorecer ou denegrir alguém. Tem mais: ao virar um repetidor(a), você pode estar se transformando em co-autor(a) da fofoca. 

O dilema da fofocaa

“Guarda a tua língua do mal"

“As fofocas dificilmente têm propósito construtivo, educativo ou corretivo. Quem pratica, modifica e enfeita antes de transmitir com o propósito de torná-la um salvo-conduto, assegurando-lhe vantagens e lucros pessoais, mesmo que não sejam duradouros”

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