domingo, 11 de dezembro de 2016

A felicidade verdadeira é inerente à mente. Ela já está lá, bem como o amor, a criatividade, a harmonia e a paz.



É comum associarmos “iluminação pessoal” com “endeusamento”, algo que infla o próprio ego. Não há ainda uma forma prática o objetiva de tratar a elevação da consciência, o que nos deixa à deriva de um conceito abstrato e pouco significativo. “Brilhe a vossa luz” (Jesus, Mt., 5:16) é uma pequena passagem bíblica que retrata a grandeza do ser humano. Mas que grandeza é essa? Qual é esse Deus que está no nosso interior?
Vivemos em uma sociedade individualista e consumista. Nos desintentificamos com o próximo e passamos a nos preocupar com nosso futuro, nossa metas e objetivo de vida. O amanhã passa a reger nossas vidas, nos apoiamos em escapes do tipo “quando tal coisa acontece, aí sim vou ser feliz”. Não estamos plenos sem um bom emprego, um bom relacionamento, um bem-estar mínimo. Também o passado tem sua influência, já que, pela tradição, sem ele nos desindentificamos, nos tornamos um ninguém.
É no passado e no futuro que se encontra o trono do ego. Ele não reconhece o presente e toma controle dos nossos pensamentos. É assim que nos separamos de nossa própria consciência e sequer percebemos que não somos os controladores. Na verdade, é nossa mente que nos controla – e não só controla, como cria a ilusão do medo, que, em essência, se baseia no instinto animal de sobrevivência e preservação da espécie. Se passarmos a nos observar no momento presente, no “agora”, sem julgar ou criticar, entenderemos que nossa mente trabalha para o ego como uma criança travessa, nos pregando peças e nos desviando a atenção da real consciência.
Somente podemos acessar nossa luz interna quando entendermos a força com que somos dominados e passarmos a dominar nossos impulsos instintivos. É muito difícil desassociar o tempo da mente, já que a própria comunidade nos questiona sobre plano de metas e carreiras, sobre nossa infância ou sobre o ontem e o amanhã. Não focamos no presente. Ainda não é rotineiro adentrarmos nos bilhões de sentidos produzidos em um simples lavar de mãos ou bocejar. Estamos muito mais presentes no mundo exterior do que no interior.
A felicidade verdadeira é inerente à mente. Ela já está lá, bem como o amor, a criatividade, a harmonia e a paz. A sombra do ego nos obscurece a vista e o caminho para elas. A liberdade verdadeira está em dominar a mente para focarmos unicamente no agora.

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